Os Municípios estão na bancarrota! Mas, não por
culpa de seus gestores (pelo menos, em parte). O problema maior está na
retração da economia, cujo motivo é assunto misterioso, do mais alto sigilo,
vamos dizer até de segurança nacional. Por certo, um complô internacional
neoliberalista com a intenção de derrubar os ideais neossocialistas do governo autêntico!
De qualquer modo, as prefeituras sofrem. Pouca
receita, nenhum repasse, eleições próximas, os prefeitos estão aflitos!
Situação tão angustiante que de nada adianta jogar a culpa no governo federal,
nas pedaladas, na roubalheira desenfreada, no desajuste fiscal, na ficha
borrada do presidente do congresso, ou no cenário internacional, na matança pelo
estado islâmico, na queda do preço do petróleo, no levy, na princesa sonolenta
ou na bruxa malvada, ou, então, nos sete a um da alemanha, ou no dunga e seus
seis irmãos.
O motivo maior da crise foi denunciado pela
presidente Dilma na ONU: o armazenamento do vento! Ou seja, o fracasso da
ciência em inventar um modo de armazenar vento, de forma econômica
autossustentável (adoro essa palavra). Se conseguíssemos estocar vento, o
Brasil estaria em situação muito mais vantajosa, porque, todo mundo sabe, aqui
venta muito. E como venta nesses brasis!
Aprende-se na escola que vento é o ar em movimento.
Da mesma forma aprendemos que, desculpe a palavra chula, peido é uma
ventosidade expelida pelo ânus. E brasileiro peida muito! Fato já comprovado
pelos cientistas de ocasião que fazem pesquisas inúteis (mas ganham bolsa do
governo). A razão ninguém sabe, talvez pelo feijão (“feijão faz gás”, dizia a
minha avó), mas a verdade é que a ventosidade expelida em nossa terra é
gigantesca, chegando a afetar a camada de ozônio. Vem daí a sábia advertência
da nossa presidente: se houvesse tecnologia apropriada para armazenar as
ventosidades e aproveitá-las na geração de energia autossustentável (adoro essa
palavra), a economia brasileira seria, provavelmente, a maior do mundo, até
mesmo superior a dos Estados Unidos, porque, fato notório, americano peida
pouco (come pouco feijão, talvez).
Urge a descoberta pelos cientistas de uma maneira
de estocar os peidos, até então liberados graciosamente, sem qualquer
retribuição monetária, como se o povo pudesse liberar seus gases sem receber uma
gratificação correspondente, ou pagar um ônus tributável. Um verdadeiro
absurdo! Estamos desperdiçando uma importante fonte de energia, expelida à
ilharga!
Vem daí a especulação a respeito do discurso da
Presidente: ou o Governo pretende lançar a “Bolsa Peido”, ou pretende instituir
o “Imposto do Peido”. Em vista da feiura da palavra, de péssimo gosto (não sei
se alguém já ingeriu peido para explicar o seu gosto), a Bolsa deverá ter outra
denominação, do tipo “Bolsa Pós Refeição”, ou “Bolsa Complementar da Digestão”.
Meio salário mínimo mensal para cada peidão e estamos conversados.
Em relação ao imposto, os juristas entendem que
seria uma Taxa e não Imposto. Uma espécie de taxa de poder de polícia, todo
mundo que tivesse vontade de expelir gases, faria um requerimento, o boleto
seria emitido e o dinheiro recolhido aos cofres públicos. Tudo isso pela
Internet. Como haveria muita sonegação (os contribuintes peidariam
sigilosamente, ou simulariam o peido batendo palmas na hora do evento), a
melhor recomendação seria a liberação do Alvará do Peido. E a taxa seria paga
anualmente em valores fixos estimados.
Ao mesmo tempo, os pecuaristas seriam obrigados a
pagar a Taxa do Peido Vacum, pois todo mundo sabe que boi peida muito. Os
ambientalistas estão alvoroçados, doidos para botar a mão nesse dinheiro. Está
aí uma forma de o governo ganhar dinheiro com o vento, não importa a sua
origem. Desde que seja autossustentável (adoro essa palavra!).