Há muito tempo, uma vila de casas
no bairro de São Francisco, Niterói, sofria assaltos constantes. Um ladrão
desconhecido entrava nas casas e levava o que pudesse carregar, principalmente
durante o dia. A vila tinha dez casas e todas eram frequentemente assaltadas, e
ninguém via o ladrão. Todas eram assaltadas, menos a Casa 7, cujos moradores
(marido e esposa) trabalhavam fora e a casa ficava vazia todos os dias úteis da
semana. Ninguém entendia por que o ladrão não assaltava a Casa 7, se todas as
outras sofriam furtos costumeiros.
Alguns vizinhos chegaram a
desconfiar do casal e comentaram o fato à Polícia. Mas, não havia qualquer
evidência da participação dos moradores da Casa 7 naqueles assaltos. A
desconfiança era geral e o casal não sabia como se defender.
Até que o ladrão foi preso. Era
um vagabundo que morava próximo da vila. Na Delegacia, confessou tudo e disse
que atuava sozinho. Por isso, pegava o que podia carregar e, depois, retornava
para furtar outras coisas.
Levado “aos costumes” no
interrogatório, o Delegado aproveitou e perguntou-lhe por que nunca assaltara a
Casa 7, a única que não sofrera assaltos naquele tempo todo. E o ladrão
respondeu:
- O senhor está louco? Enfrentar
aquele cachorro gigante? Bastava eu me aproximar e ele arreganhava a boca
mostrando aqueles dentes enormes. O bicho rosnava furioso! Parecia um lobo!
O Delegado insistiu e o ladrão
gritou:
- Por que o senhor está
insistindo nisso? Vai lá e veja se alguém pode entrar com aquela fera pronta
pra atacar!
Acontece que a Casa 7 nunca teve
cachorro. Nem pequeno, nem grande.
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