Praia paradisíaca do Tapajós |
Alter do Chão (foto de Saulo Patrício) |
As águas do Amazonas invadem Tapajós |
O majestoso Rio Tapajós segue o
seu curso mansa e pacificamente. O seu leito, consolidado ao tempo, é de areia,
o que torna suas águas límpidas, cristalinas. Podem existir outros rios
semelhantes, mas para mim o Rio Tapajós é o mais belo rio que já conheci, ao
aliar o seu imenso porte com a beleza de suas águas.
Todos os anos, no período da
seca, o Rio Tapajós reduz a sua capacidade e se afasta de suas margens. Em tais
períodos afloram praias maravilhosas, entre as quais Alter do Chão em Santarém.
O jornal inglês “The Guardian” considerou Alter do Chão a mais bela praia fluvial do
mundo. Mas, o Rio Tapajós não tem somente as praias de Alter do Chão. Ao subir
o rio, dezenas de lindas praias surgem como encanto.
O Rio Tapajós deságua no
Amazonas, o mais poderoso rio do planeta (que Rio Nilo nada!). O Rio Amazonas,
ao contrário do Tapajós, tem um leito ainda não assentado e a extraordinária
força das águas leva tudo de roldão, a revolver o fundo de lama. Por isso, as
águas do Rio Amazonas são barrentas.
Da orla da cidade de Santarém
percebe-se, então, a luta dos titãs: o Rio Tapajós a tentar despejar-se no
Amazonas e este, contrariado com aquela inoportuna invasão, rebelar-se e
empurrar de volta o Tapajós. E o Rio Amazonas, quando está contrariado e de mau
humor ninguém o segura, a invadir o leito do Tapajós e fazer com que as águas
cristalinas recuem, e tudo passa a ser barrento. Uma visão fantástica!
Depois, então, talvez precedido
de um acordo sigiloso entre as partes, o Rio Amazonas se acalma e aceita
receber as águas do Tapajós. E as águas voltam a ser límpidas e cristalinas na
orla de Santarém.
Mas tudo isso se passa na boca do
Tapajós, ainda distante de Alter do Chão, talvez a uns vinte a quarenta
quilômetros de distância. E, assim, as praias de Alter do Chão não são afetadas
pela cor barrenta do gigantesco rio.
Todavia, os homens querem construir
cinco pequenas hidrelétricas no Rio Tapajós, entre elas, duas que prometem sair
do papel: a Usina de São Luis do Tapajós e a Usina de Jatobá. Nada contra a
ideia de fornecer energia à população daquela região, mas, é possível, porém,
que essas usinas venham a diminuir o volume de água do majestoso rio, a
enfraquecer o lado mais fraco na luta das águas. Ou seja, a água barrenta do
Amazonas poderá alcançar Alter do Chão e tornar suas praias feias e lamacentas.
Preocupação tola? Pode ser, mais
uma mania de velho que se preocupa à toa. Assim como ninguém imaginaria o Rio
Doce coberto de lama...
O contraste da cor das águas dos rios |
Meu amigo que maravilha esse texto e sua preocupação! Imagine minha tristeza ao imaginar essas ameaças do homem, hidrelétricas,portos etc para abastecer mais e mais a ganância sem conciência do ser humano com o meio ambiente e principalmente com esse rio mais belo do mundo pra mim. Gostariamos sinceramente que isso não se realizasse nunca!!! Grande abraço daqui do Tapajós.
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