Essa conversa
de impeachment nos leva ao caminho de outra questão: e o vice, seria ele um bom
presidente? Vamos relembrar aqui a posse de um vice-presidente que marcou
negativamente a humanidade.
O Presidente
Franklin Delano Roosevelt foi o único que conseguiu vencer quatro mandatos nos
Estados Unidos. Foi Presidente a partir de março de 1933 até 12 de abril de
1945, data em que faleceu. Ele assumiu o governo em meio à crise da depressão,
enfrentou as elites ultraconservadoras que pregavam, inclusive, a superioridade
da raça branca e suportou as mazelas da Segunda Guerra Mundial.
Roosevelt tinha
ao seu lado um jovem de grande cultura e dotado de extraordinária sensibilidade
política: Henry Wallace, frontal adversário dos poderosos banqueiros e
industriais que ganharam fortunas com a guerra, enquanto mantinham congelados
os salários dos trabalhadores. Wallace foi, inicialmente, Secretário do
Comércio e, depois, vice-presidente no terceiro mandato de Roosevelt.
Antirracista aos cabelos, alguns de seus discursos foram parafraseados tempos
depois pelo Pastor Martin Luther King. Foi de Wallace a frase: “O futuro deve
trazer salários iguais para trabalhos iguais, independentemente de sexo ou
raça”. Dizer isso naquela época era, realmente, revolucionário.
Na convenção
para escolha do candidato a vice-presidente para o quarto mandato (Roosevelt já
estava escolhido para Presidente), a indicação de Wallace era considerada
absolutamente certa. Porém, articulações dos grupos conservadores e corruptos que
detestavam Wallace, conseguiram indicar em terceira votação um apagado Senador,
chamado na época de “Office boy do Senado”. Um cara chamado Harry Truman, do
Missouri. Truman era uma besta quadrada, se caísse de quatro não levantava
mais. O único negócio que fizera na vida foi uma loja de armarinhos. E faliu! E
justamente por ser totalmente desqualificado, não tinha inimigos. Vocês sabem: Ninguém
dá atenção aos idiotas, essa é uma regra na vida dos negócios. A escolha de
Truman foi uma das mais escandalosas artimanhas dos bastidores políticos
norte-americanos. A ideia não era escolher Truman, pois qualquer um serviria. O
objetivo era derrubar Wallace.
Nem três meses
depois, Truman assumiu o poder, com a morte de Roosevelt. Fora vice-presidente
por apenas 82 dias e conversara com Roosevelt apenas duas vezes. Não tinha a
menor ideia que havia um programa secreto em andamento, para construir a mais
poderosa arma da História: a bomba atômica. E não sabia que Roosevelt vinha
costurando cuidadosamente um acordo com Stalin, para que a União Soviética
atacasse Japão através da China e Coréia, e pegar o império japonês pelas
costas. Em troca, daria aval às pretensões dos soviéticos de assumirem o
controle político da Polônia, território vital para a segurança da Rússia.
Sem nada
saber, e ouvindo conselhos de senadores mal intencionados, principalmente de um
tal Jimmy Byrnes, que fora Senador junto com Truman, o novo presidente optou
por lançar a bomba atômica, que ainda estava em testes, “explosivo que poderá
nos colocar numa posição de ditar nossas próprias condições no fim da guerra”,
disse Byrnes ao assustado novo presidente.
E uma das
maiores tragédias da humanidade aconteceu. Mais ou menos, 250 mil pessoas
morreram nos dias das explosões. Milhares vieram a morrer depois, vítimas de
queimaduras e efeitos radioativos. Um horror que poderia ter sido evitado. A
propósito, com acordo ou sem acordo, a União Soviética passou a controlar o
governo polonês.
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