O canal GSAT está transmitindo
uma novelinha sobre a vida da Rainha Isabel de Castela. Interessante, apesar
das falhas de roteiro e atuações fraquinhas de alguns artistas. O rapaz que faz
o personagem Fernando II, coitado, é esforçado, mas fraco que dá pena. De
qualquer modo, sempre bom reler parte da história tão importante para a
humanidade.
Isabel de Castela, mais ela do
que o seu marido, Fernando, deu início à unificação da Espanha atual, não só
pelo casamento dos dois (que uniu Castela e Aragão), como, também, pela
incorporação de Granada (último reinado mouro na península ibérica) e de Navarra.
E foi no reinado dos dois que deu início à auspiciosa fase de enriquecimento da
nação hispânica, graças à descoberta do novo mundo.
Todavia, o lado positivo do
reinado se obscurece com a decisão do casal, chamado de Reis Católicos, de
implantar a Inquisição e nomear para dirigi-la uma das figuras mais grotescas
da humanidade, um monstro que se chamava Tomás de Torquemada. Padre dominicano
fanático, perseguiu, torturou e matou todos que caíam em suas mãos, pelo
simples fato de não pertencerem à Igreja Católica, vítimas a quem o maluco
chamava de ‘heréticos’.
Os judeus e os mouros foram as
principais vítimas do fanatismo de Torquemada. A morte era pelo fogo, pois o alucinado acreditava que neste tipo de flagelo os pecados eram expurgados e as
suas almas teriam uma chance de chegar ao Paraíso. Muitas das vítimas,
horrorizadas com a tortura e a morte premente, se diziam convertidas, mas nada
adiantava: qualquer denúncia ou suspeita de que o convertimento era falso,
levava-as ao castigo e morte na fogueira.
E para dar fim àquela matança
indiscriminada, os soberanos resolveram por fim expulsar os remanescentes judeus
(fato ocorrido em 1492) e maometanos (em 1512), os sobreviventes da barbárie.
Expulsaram porque perceberam enfim que o terror, por maior que seja, não abala
a fé dos homens.
Nada melhor relembrar esses fatos
históricos quando a humanidade ‘ocidental’ assiste horrorizada a decapitação de
pessoas por esses fanáticos islâmicos, e os atentados terroristas provocados,
segundo dizem, por motivos religiosos. A única diferença é a inversão dos
algozes e das vítimas.
De tudo isso, não resta dúvida de
que as três palavras que ainda conduzem a humanidade ao caos são: fanatismo,
intolerância e preconceito. O preconceito é forjado desde a infância através da
educação familiar e da sociedade. Daí nasce o preconceito religioso, racial,
sexual e social. A intolerância se adere ao psico da pessoa preconceituosa. Ninguém
é intolerante se não for originalmente preconceituosa. O fanatismo se incorpora
à intolerância das mentes fracas e doutrinadas por outros da mesma espécie.
Todo fanático é um revoltado, mas um revoltado que se julga prejudicado por
ações de outros, nunca por suas próprias ações. O revoltado é um despeitado que
não admite os seus próprios erros e deficiências como causas do seu fracasso.
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