quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Um novo regime político

Passeata a favor da ditadura

Eu estava na varanda lendo o jornal da manhã, acompanhado por atrevidos pardais que, em cima da mesa, beliscavam farelos de pão do meu prato, sem nenhum temor a minha presença, mais uma prova da visível queda de poder do ser humano, quando me veio a luz. Não é que faltava energia, mas a luz no meu cérebro que anda, ultimamente, em constante apagão.

A ideia brilhante foi a seguinte: diante de tamanha discórdia entre os poderes executivo e legislativo, a piorar com as irônicas alfinetadas do judiciário, cheguei à conclusão que o regime político brasileiro deve sofrer profundas mudanças. Devemos acabar com o regime atual e instituir a Ditadura Democrática. O Brasil, em vez de “república federativa” passaria a ser “ditadura federativa”. Seria assim:

A) O poder político seria conduzido por um Ditador, eleito a cada cinco anos pelo voto popular. O voto teria de ser no papelzinho, sendo vedado o voto eletrônico (até hoje não me convenci da seriedade desse voto eletrônico). A reeleição seria proibida.

B) Não haveria poder legislativo. O lema seria: “Todo poder emana do Presidente, pelo povo e para o povo”. A depender do sexo do Presidente, o lema poderia ser: “Todo poder emana da Presidenta, pelo povo e para o povo”.

C) Ministros do Judiciário seriam nomeados por concurso público. Somente poderiam concorrer advogados com militância comprovada de mais de dez anos, juízes e procuradores, ambos com mais de cinco anos de função.

D) Os partidos políticos atuais seriam desmantelados. Os novos partidos seriam:
- PMDB do Ultra (Partido do Movimento Democrático Brasileiro Ultra Conservador);
- PMDB-CF (Partido do Movimento Democrático Brasileiro da Conversa Fiada);
- PMRD (Partido do Militarismo Radical de Direita);
- PCS (Partido Comunista Stalinista);
- PNF (Partido Nazista Fascista);
- PSM (Partido dos Saudosos Melancólicos);
- PTA (Partido dos Trabalhadores Arrependidos);
- PMA (Partido da Monarquia Absolutista).

E) Seriam banidas todas essas leis e regras burocráticas que só incomodam, do tipo Orçamento, Lei das Diretrizes Orçamentárias, Lei de Responsabilidade Fiscal etc. O Presidente(a) regeria o governo através de decreto-lei ou Ordem Imperial.

F) O Presidente poderia usar o nome de “Presidente(a) Imperador(triz)” ou “Imperador(triz) Presidente(a)”, a ordem não faz mal. O título de Ditador(a) seria só para efeito interno.

G) Voltariam a vigorar as Ordenações Filipinas, com suas penalidades assim descritas conforme a gravidade: Suplício, Mutilação, Tortura, Banimento, Privação da liberdade e Morte. Marcação a ferro em brasa seria substituída por tornozeleira elétrica, que daria um choque de hora em hora, cuja intensidade seria de acordo com a gravidade da pena.

H) A delação não seria premiada; pelo contrário, o delator seria fuzilado sumariamente antes de a fofoca transitar em julgado. Com isso, esses incômodos atuais não existiriam mais. E juiz que insistir em julgar o que não deve será banido para o Estado Islâmico.

Acho que assim ficaria bom. Ninguém chateia ninguém, o governo governa como quiser e o povo, ah, o povo, este vai torcer pelo Brasil nas Olimpíadas.

Um Presidente-Imperador ou Imperador-Presidente
"Esses são os meus princípios. Se você não gosta deles eu tenho outros" (Groucho Marx)

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