O Procurador-Geral pede audiência ao Ministro do Supremo Tribunal Federal.
- Senhor Ministro, tenho aqui uma gravação
bombástica contra um Senador da República.
- Essa gravação foi autorizada pela Justiça?
- Não senhor, o áudio foi feito pelo filho do Sr.
Cervantes que está preso.
- Ah, então não vale, Procurador. Gravação clandestina!
Estou surpreso que o senhor não saiba disso.
- Mas, Senhor Ministro, eu gostaria que o senhor
ouvisse uma pequena parte da gravação.
- Posso ouvir, porém a peça não servirá como prova
contra o Senador.
- Mas, se o senhor permitir...
- Está bem! Liga o áudio!
- “... Acho que o foco é o seguinte: tirar! Agora,
na hora que ele sair tem que ir embora mesmo...”
- O Senhor ouviu? Estão tramando tirar o Cervantes
da cadeia e fugir para sempre.
- É, ouvi, mas essa gravação não serve como prova.
- Posso ligar novamente em outra passagem da gravação?
- Senhor Procurador, eu estou muito atarefado para
ficar ouvindo...
- Mais um pouquinho, Senhor Ministro! Por favor!
- Vá lá! Põe aí.
- “... É, ao inverso, seria melhor porque ele tá no
Paraná, atravessa o Paraguai...”
- O senhor ouviu? Estão planejando um plano de
fuga!
- Eu sei, estou ouvindo, mas esse áudio não serve
como prova material. Você deviam ter pedido autorização da Justiça para fazer a
gravação.
- Não dava tempo, Senhor Ministro, foi o filho do
preso que gravou por vontade própria.
- Menino corajoso, mas, infelizmente, não serve
como prova material.
- O senhor permite que eu ligue mais uma vez. A
conversa é interessante...
- Liga aí, mas de nada vai servir, a prova é insuficiente.
- “Acho que temos de centrar fogo no STF agora. Eu
conversei com Tapajós, conversei com Trombetas, pedi pro Trombetas conversar
com o Madeira, o Miguel conversou com o Madeira também, porque o Miguel está
muito preocupado com o Zeloso. E eu vou conversar com o Madeira também...”.
- EI! ESPERA AÍ! REPETE, REPETE ISSO!
(repetiu)
- O QUÊ! ELE ESTÁ CITANDO O MEU NOME!
- Pois é, do Senhor e de outros Ministros.
- QUE ABSURDO É ESTE? COMO OUSA ESSE CARA EM
MENCIONAR O MEU NOME?
- Do Senhor e também dos Senhores Ministros
Trombetas, Madeira e mais adiante cita o Ministro Xingu.
- NÃO ADMITO! UM ABSURDO! ELE ESTÁ AFRONTANDO ESSA
CASA!
- Pois é, Senhor Ministro. Por isso eu disse que a
prova é bombástica.
- Não só bombástica, mas material, substancial e
irrecorrível!
- O que vamos fazer, Senhor Ministro?
- PRENDER TODO MUNDO! ENFIAR NA CADEIA ESSE BANDO
DE FALASTRÕES!
- É o que eu queria, Senhor Ministro.
- Me dá essa gravação aqui.
(E o Ministro saiu correndo do seu gabinete)
- TROMBETAS!! MADEIRA!! XINGU!! VENHAM OUVIR ESSA
GRAVAÇÃO!!
E todos foram presos.
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