segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Entrevista a respeito das cotas universitárias

Abaixo, a entrevista com o gestor de cotas universitárias, Senhor Caramuru Bolt Goldstein:
- O senhor pode explicar como vão ficar as cotas de ingresso nas universidades?
- De início, 50% das vagas serão destinadas aos alunos que cursaram todo o ensino médio nas escolas públicas.
- Mas, considerando que a qualidade de ensino atual nas escolas públicas é um tanto deficiente, esses candidatos conseguirão ser aprovados no processo de seleção?
- Esses alunos serão dispensados de participar do processo de seleção. A entrada será automática, atendendo alguns critérios de prioridades.
- E se o aluno não tiver a mínima condição de acompanhar o nível das aulas?
- Prevendo tais situações, as universidades terão cursos internos de alfabetização e de rudimentos de aritmética. A partir do momento que o aluno conseguir escrever o seu nome e saber somar e diminuir, já poderá frequentar as aulas normais da universidade.
- O senhor falou em critérios de prioridades. Quais são?
- Em primeiro lugar, terão prioridade os alunos com renda familiar igual ou menor a 1,5 salário mínimo, com preferência de alunos negros, pardos e índios.
- A renda familiar é fácil de entender, mas como será classificado o aluno em função da cor da sua pele: será por suas origens hereditárias ou simplesmente por uma análise da cor de sua pele?
- Seria difícil classificar o aluno em razão de suas origens hereditárias. Por isso, optamos pela cor da pele.
- Sendo assim, qual será o conceito adotado para classificar um aluno como pardo?
- Bem, pardo é aquele que não é branco nem negro. É mestiço, podendo ser, por exemplo, um mulato.
- Mas, em razão da cor da pele, o que vem a ser uma pessoa de cor parda?
- Ora, é fácil distinguir o pardo, ele tem uma cor... assim... meio marrom... cor de azeitona.
- Então, por exemplo, uma pessoa de cor parda, mas de olhos azuis e cabelo louro, será classificada ou não?
- Nós não vamos classificar as pessoas em razão da cor dos olhos nem do cabelo. O que importa é a cor da pele.
- Entendo. Neste caso, uma pessoa que nasceu branca e depois teve a pele tostada pelo sol e ficou bronzeada, será considerado branco ou pardo?
- Difícil responder de forma genérica. Muitos casos terão de ser avaliados por uma comissão a ser instituída.
- Será uma espécie de Comissão Definidora da Cor da Pele?
- Algo assim.
- Voltando à questão dos conhecimentos, o senhor não acha que a carência do ensino público prejudicará o nível do ensino superior?
- Isso não tem grande importância.
- Não tem importância?
- Claro que não! Os melhores empregos exigem mestrados ou doutorados e, provavelmente, os futuros concursos públicos também exigirão formação de extensão universitária. Deste modo, o nível não vai cair.
- Quer dizer que o fato de ter cursado o nível superior nada irá representar no futuro profissional do aluno?
- Eu não disse isso! Estou dizendo que os melhores empregos serão reservados aos que possuírem mestrado ou doutorado.
- E os cursos de mestrado e doutorado serão mais rigorosos?
- Bem, o governo já estuda abrir cotas para cursos de mestrado... quem sabe...

ATENÇÃO: Essa entrevista é pura ficção! Não acreditem em nada do que foi escrito!

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