Jornalista – Qual foi o impacto maior de sua gestão nesses quatro anos como Prefeito?
Prefeito – Na verdade, a minha gestão não provocou nenhum impacto, positivo ou negativo.
Jornalista – Mas não houve nada de importante que viesse a registrar o seu nome na história do Município?
Prefeito – Acho que não. O meu lema sempre foi “passar em brancas nuvens”, ou “tudo como antes no mar de Abrantes”.
Jornalista – Qual foi, então, a política adotada em sua gestão?
Prefeito – A política do feijão com arroz. Bota um pouquinho mais de água, uma pitadinha de sal, e vamos levando.
Jornalista – Durante a campanha, o senhor prometeu o asfaltamento de dez mil quilômetros de ruas. A promessa foi cumprida?
Prefeito – Claro que não! Se pavimentei dez quilômetros já foi muito! Aliás, sou contra esse negócio de pavimentar ruas, a velocidade aumenta, provoca acidentes, os moradores reclamam, exigem semáforos, as crianças não podem mais brincar nas ruas...
Jornalista – Mas o senhor prometeu...
Prefeito – Na campanha, a gente promete tudo! Faz parte da disputa eleitoral! A realidade é outra, bem diferente.
Jornalista – E o senhor disse que faria um choque de gestão.
Prefeito – Eu disse isso? No ardor da campanha, a gente fala muita bobagem. De choque, o único que conheço é o choque elétrico, e tenho pavor de eletricidade, não troco nem lâmpada.
Jornalista – O senhor cumpriu o orçamento?
Prefeito – Isso foi fácil! Como não fiz nada, foi só manter as despesas de custeio. O Tribunal de Contas até me elogiou...
Jornalista – Então, não houve qualquer irregularidade nas licitações?
Prefeito – Nenhuma! Tanto por que não aprovei nenhuma licitação.
Jornalista – O senhor não construiu nenhuma escola nova?
Prefeito – Não! Daria muito trabalho, desapropriação, despesa de construção, contratação de pessoal... Como eu disse a minha política foi a do feijão com arroz, manter o que já existe na medida do possível.
Jornalista – O senhor sai da Prefeitura como um homem rico?
Prefeito – Eu diria que saio apenas remediado. Ganhei alguma coisa, uns brindes, uns presentinhos, nada de importante.
Jornalista – Quem lhe deu esses brindes e presentinhos?
Prefeito – Ah, alguns fornecedores tradicionais, alguns interessados em fazer novos negócios, a maioria repassada através de meus secretários que, gentilmente, deixavam no meu gabinete.
Jornalista – E os secretários saíram ricos?
Prefeito – Acho que não... Afinal, não permiti negócios de vulto, só coisa de pequeno valor, comissão baixinha, um carrinho ponto zero, um passeio a Porto Seguro...
Jornalista – O senhor se considera um homem honesto?
Prefeito – Claro que sim! O honesto é aquele que nunca foi flagrado roubando. E eu nunca fui apanhado e nem denunciado.
Jornalista – E para o futuro, quais são as suas metas?
Prefeito – Descansar um pouco e, depois, candidatar-me a Deputado em 2014.
Jornalista – O senhor acha que será eleito?
Prefeito – Estou muito otimista! Não se esqueça que sou ficha limpa!!
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