sexta-feira, 28 de outubro de 2016

As eleições municipais de 2016

Não há como esconder que o movimento político, que redundou na queda do Governo Dilma Rousseff, teve como objetivo maior destroçar o Partido dos Trabalhadores – PT. E não há dúvida de que atuações lamentáveis de alguns de seus membros ajudaram nesse propósito.

O resultado foi a fragrante desmotivação dos eleitores nas eleições municipais de 2016. A ausência do PT arrefeceu a disputa, provocou desânimo, afastou o povo. Se permitir a comparação, seria o Campeonato Brasileiro, série A, sem Corinthians e Flamengo.

O PT era o partido de vanguarda popular, aquele que batia de frente contra os partidos elitistas. Esfarelou-se. As classes sociais carentes desanimaram, perderam o rumo. Alguns partidos pequenos tentaram ocupar o vácuo da ausência do PT: PSOL e PC do B movimentaram-se para preencher esse espaço. Mas, apesar dos esforços, eles não têm a força popular que o PT tinha. São partidos da classe média, de pessoas com formação acadêmica. Não são partidos das classes populares.

O mais preocupante é perceber que partidos ou candidatos evangélicos avançam e invadem os redutos populares, através da crença religiosa. Sem o obstáculo dos petistas, o campo está livre e, como disse certo candidato, “basta jogar o anzol que o peixe traz a adesão” (adesão no sentido figurado).

O número de abstenções no primeiro turno foi preocupante. No Município de São Gonçalo (RJ), quase 200 mil eleitores não votaram, num universo de pouco mais de 500 mil. Um exemplo entre tantos. Tal fato faz lembrar o irônico “Ensaio sobre a lucidez”, livro de José Saramago, em que a maioria dos eleitores desistiu de votar, por desânimo, desmotivação e cansaço.

A verdadeira democracia precisa ter partidos políticos antagônicos. Afinal, se todos são iguais, por que votar? No próximo Domingo, vocês serão testemunhas, a candidata Abstenção vencerá com folgas a eleição. 

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