Não há como esconder que o movimento
político, que redundou na queda do Governo Dilma Rousseff, teve como objetivo
maior destroçar o Partido dos Trabalhadores – PT. E não há dúvida de que
atuações lamentáveis de alguns de seus membros ajudaram nesse propósito.
O resultado foi a fragrante
desmotivação dos eleitores nas eleições municipais de 2016. A ausência do PT arrefeceu
a disputa, provocou desânimo, afastou o povo. Se permitir a comparação, seria o
Campeonato Brasileiro, série A, sem Corinthians e Flamengo.
O PT era o partido de vanguarda
popular, aquele que batia de frente contra os partidos elitistas. Esfarelou-se.
As classes sociais carentes desanimaram, perderam o rumo. Alguns partidos
pequenos tentaram ocupar o vácuo da ausência do PT: PSOL e PC do B
movimentaram-se para preencher esse espaço. Mas, apesar dos esforços, eles não
têm a força popular que o PT tinha. São partidos da classe média, de pessoas
com formação acadêmica. Não são partidos das classes populares.
O mais preocupante é perceber que
partidos ou candidatos evangélicos avançam e invadem os redutos populares,
através da crença religiosa. Sem o obstáculo dos petistas, o campo está livre
e, como disse certo candidato, “basta jogar o anzol que o peixe traz a adesão”
(adesão no sentido figurado).
O número de abstenções no
primeiro turno foi preocupante. No Município de São Gonçalo (RJ), quase 200 mil
eleitores não votaram, num universo de pouco mais de 500 mil. Um exemplo entre
tantos. Tal fato faz lembrar o irônico “Ensaio sobre a lucidez”, livro de José
Saramago, em que a maioria dos eleitores desistiu de votar, por desânimo,
desmotivação e cansaço.
A verdadeira democracia precisa
ter partidos políticos antagônicos. Afinal, se todos são iguais, por que votar?
No próximo Domingo, vocês serão testemunhas, a candidata Abstenção vencerá com
folgas a eleição.
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