1 - Perguntas de netos
A adolescente pergunta ao avô:
- Vovô, o que era república velha?
O avô suspende a leitura do jornal e olha com admiração a neta.
- Você já está estudando essa parte da nossa História?
- Estou. O professor de História falou disso, mas não entendi direito.
- Bem, vou explicar. Ficou conhecido como república velha o período republicano iniciado com a proclamação da República e encerrado com a revolução de 1930.
- Mas o que tem de diferente esse período do outro que veio depois?
O avô deu um pigarro para liberar a garganta e proporcionar-lhe um tempo a mais para pensar, pergunta de neto é sempre complicada.
- Bem, um dos motivos foi que todos os presidentes eleitos durante o período da república velha faziam parte de uma sociedade tipo secreta, que chamavam de bucha. Por isso, a república velha também era conhecida como a República da Bucha.
- O que era isso?
- Era o seguinte: todos eles formavam uma espécie de cumplicidade de compadrinhos. Quando um era presidente, nomeava os outros para ministros e altos cargos do governo. Quando outro assumia fazia o mesmo com os demais. Assim, estavam sempre no poder, eles e os seus amigos, partidários e parentes, entendeu?
A neta procurou assimilar a resposta.
- Entendi mais ou menos... Tem uma coisa que ainda não consegui entender.
- O que você ainda não entendeu minha neta?
- Velha, por quê?
2 - O problema das crianças exclusivamente urbanas
O pai entra com os dois filhos no Zoológico de São Paulo. A menininha feliz, a segurar a mão do pai e andando aos pulinhos, pergunta:
- Papai! Aqui é a casa dos bichos?
- Aqui é onde mora uma porção de animais! Macacos, leões, girafas, zebras, camelos...
E a menininha, rápida:
- Eu quero ver as galinhas!
3 – A justificativa do inadimplente
Conta a História, não sei se é verdade, que Richard Wagner, o genial compositor, era um devedor incorrigível, pegava dinheiro com todo mundo e nunca pagava. Certa vez, um credor tomou coragem e foi à sua casa cobrar uma dívida.
- Maestro, por acaso o senhor esqueceu que me deve um título há mais de um ano?
E Wagner respondeu:
- Meu caro amigo, desde o momento em que acordo e até a hora em que consigo dormir, a minha cabeça fervilha música, só música! Os acordes martelam o meu cérebro insistente e obsessivamente! Como é que você quer que eu me lembre de pagar minhas dívidas?
4 – Compartilhar segredo
Dizem que essa foi do político mineiro José Maria Alkmin, famoso por sua esperteza e respostas inteligentes. Um Deputado foi ao seu encontro:
- Senador, tenho algo muito sigiloso a lhe contar.
- Pode contar, meu filho.
- Mas, Senador, o assunto é muito confidencial! O senhor, por favor, não comente com ninguém!
O Senador Alkmin apoiou o braço no ombro do Deputado e lhe disse:
- Meu amigo, se o segredo é seu e você não consegue mantê-lo, como quer que eu assuma tal responsabilidade?
5 – O quanto basta!
Um extraordinário e famoso tenor russo vivia recebendo cartas de um russo-americano, pedindo para ser o seu agente nos Estados Unidos. O cantor lia as cartas e debochava: “Que petulância desse sujeito! Ser o meu agente! Que presunção!” E nunca respondia aos insistentes pedidos do outro.
Passa o tempo e estoura a revolução bolchevique. O tenor foge às pressas da Rússia, pega o primeiro navio e acaba desembarcando em Nova York. Sem passaporte, é imediatamente preso. Os policiais da aduana perguntam se ele conhece alguém nos Estados Unidos, e ele, desesperado, só com a roupa do corpo, lembra-se daquele sujeito que queria ser o seu agente. De tanto escrever-lhe, lembrou-se do seu nome.
Telefonaram e o russo-americano foi correndo ao porto para liberar o tenor. Tudo resolvido hospedou-o num confortável hotel, comprou-lhe roupas e ainda lhe deixou um dinheiro. O cantor, constrangido, perguntou-lhe:
- Eu nunca respondi suas cartas, nunca lhe dei qualquer resposta, mesmo por educação, por que me trata assim, de forma tão gentil e bondosa?
O outro sorriu e respondeu:
- Porque o senhor é o maior tenor da atualidade. Desejar mais ainda, que o senhor possua outras virtudes, por exemplo, de ser uma pessoa educada, seria pedir demais a Deus!
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