Por mais
honesto que seja, o Auditor Fiscal está sempre sujeito às maldosas suspeitas de
prevaricação e até de difamações e calúnias. O cargo de fiscalizar e cobrar
tributos é ingrato, deixando o seu servidor sempre a andar na corda bamba, e
sem rede de proteção.
Por isso,
permita-me os Auditores as recomendações de uma pessoa já idosa e que, pelo
andar da vida, presenciou diversas ações contra os servidores, muitas vezes sem
direito de defesa, pois a calúnia avassala e sempre deixa as suas marcas:
I – Associe-se
ou promova a instituição de uma associação classista ou sindicato da categoria.
Se você for atingido pela perversidade da calúnia, que a sua associação ou
sindicato entre em cena a seu favor. Não se isole, a pensar que a maldade nunca
lhe atingirá.
II – Jamais converse
com contribuintes fora da repartição. Se você for amigo pessoal de um
contribuinte, alegue suspeição e não o fiscalize. Conheci um Fiscal que gravava
a conversa ao atender um contribuinte no Plantão Fiscal. Acho exagero, mas todo
o cuidado é pouco.
III – Nunca entregue
um auto de infração pessoalmente. Envie por carta AR. Aliás, atualmente, os
autos de infração são emitidos em sistemas informatizados, o que é ótimo, mas é
preciso imprimir, assinar e enviar ao infrator. Faça isso por carta AR e não
pessoalmente.
IV – Jamais fiscalize
o contribuinte na própria empresa. Notifique-o para enviar a documentação para
a repartição fiscal, local correto da ação de fiscalizar. E não vá pegar
documentos na empresa! Cabe ao fiscalizado a responsabilidade de entregar os
documentos na repartição, ou enviá-los por meio eletrônico, quando for
possível.
V – Jamais converse
com terceiros sobre aspectos fiscais de determinado contribuinte. Proteja o
sigilo fiscal e evite vazar informações.
VI – Jamais ‘chute’
uma resposta no Plantão Fiscal! Se for assunto de direito, recomende ao
contribuinte que oficialize a consulta por requerimento. Se for assunto de
fato, responda conforme o regulamento, citando as fontes.
VII – Jamais telefone
ao contribuinte para requerer ou informar alguma coisa. Para isso existe um
documento chamado Notificação. Ou seja, sempre formalize os contatos.
VIII – Observe
atentamente os processos administrativos que lhe forem enviados. Veja se as
páginas estão numeradas e rubricadas, e não deixe espaços em branco. Qualquer
decisão que você tomar, despache no processo.
IX – Nunca esqueça
o princípio da impessoalidade, mas sem abandonar a razoabilidade. Você é um ser
humano, não é uma máquina insensível. Lembre-se do princípio da isonomia e
procure ajudar, dentro da lei, os contribuintes mais humildes. Em resumo,
cumpra a lei, mas seja humano!
Ótimas recomendações. Artigo bem resumido e bem objetivo.
ResponderExcluirCaro Edson, você tem toda permissão para divulgar o artigo. Como disse o Aparecido, o artigo é resumido, até mesmo para não cansar os leitores, mas acho que serve como dicas e cuidados que os Auditores devem ter em sua difícil profissão. Grande abraço.
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