Outro dia, um comentário no
facebook despertou minha vontade de escrever sobre as ideias de Aristóteles. O
momento é mais do que propício. Tudo que vem acontecendo em nossa terra faz-nos
lembrar da forma de governar em suas três concepções aristotélicas: a) a
tirania (antítese da democracia) que é uma forma de governar baseada na
ilegalidade, quando as normas constitucionais são violadas, e que só poderia
ser utilizada em situações emergenciais ou excepcionais; b) a democracia, forma
de governar em nome da maioria, cuja capacidade de governar se baseia na
liberdade; e c) a monarquia, que é o governo de um só, cuja capacidade de
governar se baseia na unidade de poder.
Dizia Aristóteles que a
degeneração da democracia é a demagogia. Aproveitam-se da democracia com o
intuito de conduzir o povo, por meio de manipulações no sentido de agradar a
maioria com falsas promessas e esconder a realidade. A demagogia é considerada
a grande falha da democracia, pois acaba por permiti-la aos políticos amorais.
Já a tirania nos conduz à ditadura, ao imperialismo (expressões minhas, não de
Aristóteles).
Dizia ainda Aristóteles que o
Estado tem por finalidade a formação moral dos cidadãos, e a propiciar os meios
necessários a mantê-la como pilar da sociedade. Moral significa “de acordo com
os bons princípios” (ética e honestidade, entre outros). E sendo assim, o próprio
Estado tem que manter a moral como base de seus próprios atos e ações, como
exemplo maior para todos. Se for o contrário, um Estado imoral conduz o povo à
imoralidade.
Podemos, então, tirar algumas conclusões:
A – a demagogia é o ‘câncer’ da
democracia. Governo demagógico perde sua posição de democrático, pois ilude e
engana o povo. Demagogia é imoral e Governo imoral retira a essência da
finalidade do Estado. Candidatos demagógicos trabalham contra a democracia.
B – na democracia é o povo que
elege seus governantes. Em consequência, somente o povo que os derruba. Em vez
de impeachment o correto seria plebiscito.
C – na democracia ‘pura’ seriam
eleitos em maioria os representantes da classe social preponderante, porque,
por evidência, a maioria dos eleitores faria parte desta classe. Se assim não
for, é porque a democracia deu lugar à demagogia, ou seja, ao engodo, à
enganação.
Enfim, alerto que estou comentando
os princípios de Aristóteles, é claro. Mas, se alguém não gostar deles, tenho
outros, como os de Maquiavel, Kant, Marx, Nietzsche, princípios para todos os
gostos e a preços módicos.
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