domingo, 25 de setembro de 2016

Por que não falar em Aristóteles?

Outro dia, um comentário no facebook despertou minha vontade de escrever sobre as ideias de Aristóteles. O momento é mais do que propício. Tudo que vem acontecendo em nossa terra faz-nos lembrar da forma de governar em suas três concepções aristotélicas: a) a tirania (antítese da democracia) que é uma forma de governar baseada na ilegalidade, quando as normas constitucionais são violadas, e que só poderia ser utilizada em situações emergenciais ou excepcionais; b) a democracia, forma de governar em nome da maioria, cuja capacidade de governar se baseia na liberdade; e c) a monarquia, que é o governo de um só, cuja capacidade de governar se baseia na unidade de poder.

Dizia Aristóteles que a degeneração da democracia é a demagogia. Aproveitam-se da democracia com o intuito de conduzir o povo, por meio de manipulações no sentido de agradar a maioria com falsas promessas e esconder a realidade. A demagogia é considerada a grande falha da democracia, pois acaba por permiti-la aos políticos amorais. Já a tirania nos conduz à ditadura, ao imperialismo (expressões minhas, não de Aristóteles).

Dizia ainda Aristóteles que o Estado tem por finalidade a formação moral dos cidadãos, e a propiciar os meios necessários a mantê-la como pilar da sociedade. Moral significa “de acordo com os bons princípios” (ética e honestidade, entre outros). E sendo assim, o próprio Estado tem que manter a moral como base de seus próprios atos e ações, como exemplo maior para todos. Se for o contrário, um Estado imoral conduz o povo à imoralidade.

Podemos, então, tirar algumas conclusões:

A – a demagogia é o ‘câncer’ da democracia. Governo demagógico perde sua posição de democrático, pois ilude e engana o povo. Demagogia é imoral e Governo imoral retira a essência da finalidade do Estado. Candidatos demagógicos trabalham contra a democracia.

B – na democracia é o povo que elege seus governantes. Em consequência, somente o povo que os derruba. Em vez de impeachment o correto seria plebiscito.

C – na democracia ‘pura’ seriam eleitos em maioria os representantes da classe social preponderante, porque, por evidência, a maioria dos eleitores faria parte desta classe. Se assim não for, é porque a democracia deu lugar à demagogia, ou seja, ao engodo, à enganação.

Enfim, alerto que estou comentando os princípios de Aristóteles, é claro. Mas, se alguém não gostar deles, tenho outros, como os de Maquiavel, Kant, Marx, Nietzsche, princípios para todos os gostos e a preços módicos. 

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