A campanha política atual para
Prefeito mostra que os candidatos dão preferência absoluta aos temas da saúde,
educação e transporte. Alguns deles também comentam o problema da segurança.
São, realmente, os assuntos do gosto dos eleitores.
Todavia, nenhum deles explica
como fazer dinheiro para pagar todos os investimentos prometidos. Não comentam
a necessidade de ampliar e modernizar a máquina fazendária para que os recursos
arrecadados permitam as melhorias na saúde, educação e nas vias urbanas. Eles
consideram esse assunto despiciente, que não interessa a maioria do pacato e
burro povo brasileiro. Pois, para eles, o povo só quer ouvir coisas boas, mesmo
que sejam vãs promessas, desprovidas de soluções lógicas.
Afinal, as Prefeituras sofrem uma
das maiores crises financeiras dos últimos vinte anos. Em muitos Municípios os
salários dos servidores estão atrasados, os fornecedores não recebem, as obras são
interrompidas, e os candidatos a prometer grandes investimentos, como se a
economia mudasse radicalmente com as novas eleições municipais. E se o povo
acredita nisso, a razão só pode ser a sua grande burrice. Desculpe o termo ofensivo,
mas não há outra razão para o povo acreditar em quimeras.
Aliás, talvez haja, sim, outra
razão: é a esperança. Essa esperança de milagre, de ter fé no impossível. Disse
o Presidente do Comitê Internacional Paralímpico que a esperança não tem medo.
Pode ser, mas ter esperança sem objetivo prático é mesmo uma burrice.
Quero ver um candidato explicar
como reduzir a sonegação de tributos. Em média, os Municípios perdem 45% de
IPTU não quitado e de imóveis não lançados. A sonegação do ISS alcança a média
de 35%. As taxas municipais, entre inadimplência e falta de lançamentos, uns
60% de perda. E a piorar, temos os Municípios que nem cobram os tributos de sua
competência.
Muitos desses candidatos que
estão aí dizem entre amigos que cobrar IPTU significa perder eleitores. E ao
mesmo tempo, prometem grandiosos investimentos. De onde virá o dinheiro, isso eles
não explicam.
Enquanto isso, a Fiscalização não
consegue adquirir uma viatura para fiscalizar. Não consegue um computador para
controlar os contribuintes. Os servidores fiscais são vistos como “inimigos” do
Prefeito, porque cobra dos contribuintes (eleitores) o que eles devem. Já ouvi
de um Prefeito que “se ele pudesse, acabaria com o quadro fiscal, que só lhe
traz aborrecimentos”.
Neste período pré-eleitoral é
proibido fiscalizar! A Procuradoria Fiscal não pode protestar os devedores!
Todos os servidores do Fisco devem, nesses meses, apenas fingir que trabalham.
Tudo para que não prejudiquem os candidatos do governo.
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