A obra “O Imperador” de Conn
Iggulden é ficção, mas o autor baseou-se em fatos reais da vida de Júlio César,
o Imperador de Roma. Abaixo, algumas frases de César transcritas na obra:
“Um bom pai não estraga os filhos
com presentes”.
“Precisamos de esgotos,
segurança, comércio honesto e comida barata para viver”.
“Construímos para durar” (...)
“Uma rua de cada vez, se for necessário”.
“Dê trabalho para que cada um
produza o seu pão, e não fique na dependência da caridade oficial”.
São frases que continuam atuais,
embora ditadas 100 anos antes de Cristo. A forma atual de educar os filhos,
tanto dos pais quanto das escolas, é de um fracasso retumbante! O ato de dar
presentes transformou-se em submissão perante os filhos, uma tentativa de
comprar reconhecimento e respeito. Não mais uma retribuição ao bom
comportamento, um presente por merecimento. Os pais querem comprar o amor dos
filhos, uma maneira de apaziguá-los e compensar o distanciamento entre eles. Os
pais estão separados da vida dos filhos e parece que há certo medo de
perdê-los, de encarar a realidade ao ponto de confrontá-los. Não há avaliação
de mérito em dar presentes, aliás, os próprios filhos escolhem o que querem e
exigem que os seus pedidos se cumpram. Uma espécie de suborno afetivo.
Nas escolas, pior ainda. O
presente é ser aprovado e “passar de ano”, pouco importa o grau de aprendizado
do aluno. Poucas escolas ainda têm a coragem de reprovar um aluno. São raras.
As escolas públicas são obrigadas a aprovar todos, estudiosos ou não,
comportados ou bagunceiros, ordeiros ou violentos. Um professor de escola
pública é humilhado na sala de aula, recebendo ofensas verbais ou físicas, mas
é obrigado a baixar a cabeça, não pode reagir nem mesmo com o uso de sua
autoridade para expulsar o aluno da sala. Aliás, professor não tem mais
autoridade alguma. Esta é a educação que a criança recebe para o seu futuro. As
escolas se defendem, dizendo que não lhes cabe educar, mas somente ensinar. Que
a família eduque! Acabam não ensinando e nem educando.
Os serviços públicos são,
desgraçadamente, vergonhosos. As coisas são feitas de qualquer maneira, apesar
de verbas gigantescas que se esvaem nas valas gulosas das propinas e
corrupções. O sistema de licitações públicas é de uma hipocrisia absoluta.
Antes de iniciá-las já se sabe o vencedor, pois o chamado edital é feito por
encomenda, dirigido especificamente para um dos concorrentes. As obras não são
feitas para durar, todos de olho em futuras restaurações e mais verbas.
Há um trecho do livro de Iggulden
em que alguém diz mais ou menos assim:
“se colocarmos uma segurança para
proteger o povo dos ladrões, teremos, no futuro, de colocar outra segurança
para proteger o povo da segurança anterior, que ocupará o lugar dos ladrões”.
Parece ironia, mas é o que assistimos nos dias de hoje. A milícia foi um exemplo,
a polícia, outra. Os bons policiais se perdem na avalanche dos malfeitores e
fica a população desconfiada de todos, sem saber a quem pedir socorro. “Pega,
ladrão, pega, ladrão!”, já cantava Chico Buarque.
A caridade oficial joga com a
ignorância do povo, tentando comprá-lo com míseras dádivas. A estatística
demonstra que o desemprego continua alto, mas os melhores cargos técnicos são
pouco disputados por falta de candidatos aptos, a não ser para cargos públicos
que não exigem experiência na função. E a esmagadora maioria não tem
experiência e conhecimento técnico, porque os nossos jovens não recebem
educação e ensino. Ou melhor, fingem que recebem. E o governo gosta de manter
tal situação, pois diante de um povo devidamente educado perdem-se as rédeas do
seu domínio.
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