Levanta o pano. Cenário: a repartição de contas a pagar da Prefeitura. Personagens: a servidora atendente e o cidadão atendido.
Cidadão – Bom dia, eu prestei um serviço para a Prefeitura e vim trazer a nota fiscal para juntar no processo de pagamento.
Servidora – Ah, esta nota não serve, tem que ser nota fiscal eletrônica, entendeu?
Cidadão – Mas não tenho nota fiscal eletrônica. O Município onde fica a minha empresa ainda não adotou a nota fiscal eletrônica.
Servidora – Ah, que pena, esta não serve. Só pode ser eletrônica, entendeu?
Cidadão – Desculpe, mas a senhora é que não está entendendo. A minha empresa não é daqui, é de outro Município, lá ainda não tem nota fiscal eletrônica.
Servidora – Ah, mas o senhor não veio prestar serviço aqui? Então tem que atender a lei daqui, entendeu?
Cidadão – Não! Não entendi minha senhora. A minha empresa é inscrita em outro Município, é lá que tem sede, é lá que paga os impostos.
Servidora – Ah, por que então veio prestar serviço aqui, no meu Município, entendeu?
Cidadão – Porque o seu Município fez uma licitação, a minha empresa concorreu e ganhou, foi por isso.
Servidora – Ah, mas a partir do momento em que veio prestar serviço aqui, tem que cumprir as normas daqui, entendeu?
Cidadão – Mas eu não posso cumprir as normas daqui porque não sou daqui!!
Servidora – Ah, que confusão... Infelizmente não posso fazer nada, são normas da casa, entendeu?
Cidadão – Mas, minha senhora, eu prestei o serviço, fiz tudo direitinho, como vou receber o pagamento, pelo amor de Deus!
Servidora – Ah, estou pensando... Eu quero resolver o seu problema, entendeu?
Cidadão – Por favor, dá um jeitinho...
Servidora – Ah, já sei! Pega essa nota fiscal, escaneia e envia pela Internet. Vai virar nota fiscal eletrônica, entendeu?
Cidadão – Sim... Entendi perfeitamente... Vou fazer isso... Muito obrigado...
Servidora – De nada, entendeu?
Desce o pano.
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