Segundo o Banco Central, foram fechadas 929
agências bancárias no país, de janeiro até maio deste ano. No primeiro
trimestre de 2017, o Banco do Brasil fechou 563 agências, o Bradesco, 192, e o
Itaú pretende fechar 180 agências ainda neste ano. E no mesmo período, houve
redução de 3.340 funcionários de agências bancárias.
O grande negócio do momento é abertura de conta
corrente digital. O uso de aparelho móvel já é responsável por 34% das
operações bancárias, superando as transações pela Internet, que atingem 23% do
total de operações. Deste modo, internet banking e celulares, somados,
correspondem a 57% das transações bancárias.
Esta é a razão
de os Bancos fecharem agências e investirem firmes na abertura de agências
totalmente digitais. Mas, o que são “agências digitais”? Na verdade, são salas
ou escritórios sem atendimento presencial, contendo um pequeno grupo de
funcionários grudados nos seus computadores interligados na chamada plataforma
digital. E a tendência é centralizar na matriz os negócios digitais. Com isso,
talvez no futuro nem esses escritórios digitais continuem a existir. Estima-se
em 3,3 milhões o número de contas digitais a ser alcançado até o final deste
ano. Atualmente, já são mais de 1 milhão.
As
Instituições Financeiras prometem abertura de conta digital sem cobrança de
tarifas, o que se explica pelo ínfimo custo que acarreta para o Banco uma
operação eletrônica. Uma “agência digital” pode ter quase 50 mil clientes; uma
“agência física” comporta até 3 mil clientes. “Agência física” paga aluguel,
segurança, áreas de apoio às operações e outras despesas operacionais; “agência
digital” não tem essas despesas.
Segundo
reportagem no jornal Valor, de 28 de junho, fechar uma operação de empréstimo
consignado na agência digital tem um custo irrisório, de apenas centavos de
reais. Na agência física, o custo sai por R$60!
Por tais
motivos, os Bancos caminham em direção à digitalização. Em alguns casos, o
correntista tem que escolher uma agência física para relacionamento. Mas, a
tendência é acabar com essa exigência: o correntista será atendido
exclusivamente por meio digital.
Teremos,
então, um cadastro digital, provavelmente registrado e controlado na agência
matriz da Instituição Financeira. Neste sentido, não vai importar o domicílio do
correntista: sua conta será mantida na matriz do Banco, não importa a sua
localização.
E o ISS? Bem,
provavelmente os serviços prestados por meio digital serão contabilizados como
receita na contabilidade da agência matriz. E como se sabe, o imposto municipal
é devido no Município onde se localiza a agência bancária. Deste modo, grande
parte da receita tributável será centralizada na matriz e, por consequência, a
provocar um esvaziamento das agências bancárias espalhadas pelo país.
Mais uma
dificuldade para o Fisco Municipal.
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