A palavra ‘honestidade’
é derivada do latim honor, honra. Ser
honesto, então, é uma honraria. Quando eu digo, “Eu sou honesto”, estou a fazer
uma autopromoção, querendo me convencer, e esperando, com isso, que as demais
pessoas acreditem.
Não existe um
certificado de honestidade. “Certifico, para todos os fins de direito, que
Roberto Tauil é uma pessoa honesta”. Isso não existe como não existe um
certificado que certifique que uma pessoa é honrada.
Sendo assim,
ao dizer que sou honesto estou primeiramente tentando me convencer dessa
virtude, para, então, fazer as outras pessoas acreditarem. Ocorre, porém, que todos
nós, sejamos francos, temos certas dúvidas de que realmente somos honestos se
ainda não fomos colocados à prova.
Pois a
honestidade deve ser graduada por índices de credibilidade. A velha história da
mulher dita honesta que recebeu a proposta indecente de passar a noite com um
sujeito que lhe pagaria 1 milhão de dólares. Ou seja, a honestidade tem um
preço, sendo este uma graduação do nível de honestidade.
Outro índice a
ser aferido é o risco de ser flagrado no ato desonesto. Quanto menor o risco,
maior o grau da honestidade, em função da menor possibilidade de ser descoberta
a sua desonestidade.
O meu filho,
William, economista de mão cheia, preparou para mim a seguinte equação:
GH = R²/P
onde
temos:
GH
= Grau de Honestidade;
R
= Risco de ser apanhado;
P
= Preço da oferta do ato desonesto.
Neste
sentido, o grau de honestidade varia de acordo com a relação Risco x Preço.
Quanto maior o risco, maior o grau de honestidade, diante do temor de ser
descoberto o ato desonesto. Quanto maior o preço, maior o grau de desonestidade,
diante da tentação de ganhar aquele valor.
A
concluir que ninguém pode dizer que é efetivamente uma pessoa honesta. Tudo
dependeria do valor a ganhar e do risco de ser preso. Bem, teríamos outros
ingredientes a considerar, como a prática dos usos e costumes, mas tais
considerações repassam-se aos sociólogos.
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