Primeira conversa:
Político – Eu gostaria de pedir ao senhor uma
colaboração financeira para o meu partido.
Empresário – Podemos colaborar, mas o valor vai
depender da contrapartida.
Político – Que contrapartida? Eu estou pedindo uma
doação espontânea e de acordo com a lei.
Empresário – Assim é difícil, porque se dermos ao
senhor seremos obrigados a doar dinheiro para todos os partidos... O senhor
sabe, a empresa é apartidária...
Resultado: negócio furado.
Segunda conversa:
Político – Cara, estou precisando de dinheiro pra
próxima campanha. Você pode ajudar?
Empresário – Posso, é claro, mas o valor vai
depender da contrapartida.
Político – Não sei qual seria a contrapartida, mas,
se você ajudar pode contar comigo em ajudá-lo nos seus negócios.
Empresário – Faz o seguinte, me ajude a fechar
aquela obra na Escola Estadual Papai João e eu lhe dou 5% do valor do contrato.
Político – E de quanto é essa obra?
Empresário – Era 1 milhão, mas terei de aumentar
para 1 milhão e duzentos mil para poder lhe dar os 5%.
Político – E pode ser uma doação legal?
Empresário – Pode. Ninguém vai saber de onde tirei
o dinheiro.
Resultado: negócio fechado.
Terceira conversa:
Político – Tenho mais de cem milhões em obras. Quer
pegar?
Empresário – Pego, mas quanto vai me custar?
Político – A comissão é de 20%.
Empresário – É muito. Aumenta para duzentos milhões
de obras que eu topo.
Político – Neste caso, serão 20% sobre duzentos
milhões...
Empresário – Está certo! Todo mundo ganha.
Político – E como você vai me pagar?
Empresário – Em dez prestações, à medida que as
obras sejam aprovadas e pagas.
Político – Quero em dinheiro vivo.
Empresário – Entrego no lugar que você quiser.
Resultado: negócio fechado.
Quarta conversa:
Político – Estou aqui recomendado pelo Senador.
Estou precisando de doação.
Empresário – Não faço doação, faço negócios.
Político – Que tipo de negócio?
Empresário – Ora, você me coloca para tocar as
obras do seu Município e lhe repasso uma comissão.
Político – Mas eu sou prefeito da cidade de
Perereca, não tenho obra nenhuma!
Empresário – Sinto muito, Prefeito, mas a empresa
não é casa de caridade.
Político – Então, o senhor não vai me conseguir
nada?
Empresário – Não! E por favor, diga ao Senador pra
não ficar me mandando político pobre.
Resultado: negócio furado.
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