O Supremo Tribunal Federal foi
assunto de manchetes de jornais: a nomeação de novo ministro e a aprovação da
chamada lei da bengala.
A nomeação do novo ministro foi
alvo de protestos por parte da Intelligenza
brasileira, ou seja, por uma parcela da elite brasileira, porque o povão
não está nem aí para esses assuntos. Alguns senadores fizeram estardalhaço
antes do espetáculo, mas, no dia do show, aprovaram o novo ministro.
A lei da bengala postergou a
aposentadoria compulsória em cinco anos. Em vez de setenta, os ministros serão
aposentados compulsoriamente com setenta e cinco. Não acho que a idade de
setenta e cinco já exige o uso da bengala, a não ser em caso de queda e doenças
do tipo joelho mole e gota. Como tudo no Brasil é copiado dos Estados Unidos, a
idade dos ministros da Suprema Corte Americana é a seguinte:
Ruth Joan Bader Ginsburg – 82 anos;
Anthony
Kennedy – 79 anos;
Antonin
Scalia – 79 anos;
Stephen Gerald Breyer – 77 anos;
Clarence Thomas – 67 anos;
Samuel
Anthony Alito Jr. – 65 anos;
Sonia Maria
Sotomayor – 63 anos;
John Glover
Roberts, Jr – 60 anos;
Elena Kagan –
55 anos.
A dona Ruth Joan Bader Ginsburg, de 82 anos, não
usa bengala, mas, segundo soube, ela gosta de circular nos corredores do
palácio montada numa cadeira de rodas elétrica, e já atropelou alguns
assessores. Em suas corridas está sempre seguida por um plantão médico para
eventuais emergências.
Podem discordar à vontade, mas, em minha opinião,
ministro do Supremo Tribunal Federal deveria ter experiência anterior na
magistratura, nem que fosse “apenas” como Juiz de Direito. Desta forma,
comprovaria que: a) já foi aprovado em concurso público; b) ter experiência em
julgar e sentenciar. Essa exigência de “notável saber jurídico e reputação
ilibada”, cá entre nós, é uma bobagem. Basta escrever (ou plagiar) uma
monografia e o “notável saber jurídico” é reconhecido. E “reputação ilibada”,
francamente, quem não a tem? Até eu tenho.
Aliás, dos nove ministros da Suprema Corte
Americana, somente um não foi juiz. A ministra Elena Kagan, a mascote da
Suprema Corte, é a única que não exerceu a magistratura. Contudo, ocupou o
cargo de Reitora da Harvard Law School, uma das mais conceituadas escolas de
Direito do mundo. E foi Advogada-Geral dos Estados Unidos. E nunca foi advogada
de partido político! Mesmo assim, foi difícil ser aprovada no Senado americano. A propósito, o Senado americano é rígido na aprovação de ministros. Na história, um
terço dos indicados foi reprovado.
Também não gosto desse negócio de ministro ser
indicado pelo Executivo. Não deixa de ser uma interferência do Governo Federal
no Judiciário. Os ministros deveriam ser indicados numa votação entre os
desembargadores dos Tribunais de Justiça estaduais e federal, atendendo uma
série de requisitos. Entre eles, estabelecer uma proporcionalidade: cada estado
selecionaria um candidato e depois haveria uma votação geral entre os
escolhidos.
Tudo bem! Pode não dar certo, mas, pergunto, o
sistema atual está dando certo?
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