Quando a diretoria da Petrobrás fala em R$88,6
bilhões de valor superestimado de plantas do seu ativo, a informação não
sensibiliza o brasileiro comum, pois se trata de um valor tão estratosférico
que nós não temos a mínima condição de avaliar a sua grandeza. Para nós, um
bilhão, dez bilhões, cinquenta bilhões ou cem bilhões significam a mesma coisa,
se não temos nada que simbolize ou que permita uma equiparação. Somos um povo
do milhar, ou até do milhão. Mas, bilhão, confesso que não tenho a mínima ideia
de como mensurar.
Por isso, resolvi buscar comparativos que permitam
entender de que valores estão falando. Procurei balanços de grandes empresas e
consegui os seguintes resultados:
Empresas
de capital aberto
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Valor
do Patrimônio Líquido
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Cielo S. A. (consolidado)
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R$4,309 bilhões (31/12/2014)
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Grupo Votorantim (consolidado)
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R$5,167 bilhões (31/12/2013)
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Companhia Siderúrgica Nacional – CSN
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R$8,069 bilhões (31/12/2013)
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JBS S.A.
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R$23,588 bilhões (Setembro/2014)
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Gerdau S. A.
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R$30,39 bilhões (31/12/2013)
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Ambev S. A.
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R$43,624 bilhões (Setembro/2014)
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Bradesco
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R$79,24 bilhões (Setembro/2014)
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Bem, agora melhorou para mensurar o valor de R$88,6
bilhões. Este valor significa que a Petrobrás jogou no lixo um Bradesco e mais
uns R$9 bilhões de sobra. Ou então, perdeu o equivalente à JBS (a maior empresa
produtora de proteínas do mundo) e Ambev (a maior cervejaria do Brasil), as
duas juntas, podendo ainda jogar no lixo ao mesmo tempo a Cielo, a CSN e o
Grupo Votorantim.
Outra comparação é a seguinte:
Gastos da União com a Educação no Brasil em 2013:
R$91,3 bilhões (segundo o SIAFI);
Gastos da União com a Saúde no Brasil em 2013:
R$47,3 bilhões (segundo o Conselho Federal de Medicina).
Ou seja, a perda da Petrobrás foi quase o dobro do que
foi gasto em saúde no Brasil, em 2013. E por pouco (ufa!) não atinge os
investimentos em Educação.
Outra comparação: o Município de São Paulo, o mais
poderoso do Brasil, tem um orçamento global de R$50,6 bilhões. E a Cidade do
Rio de Janeiro, a segunda maior, tem orçamento de R$27,1 bilhões. Ou seja, o
rombo da Petrobrás supera o somatório das duas principais cidades brasileiras.
Com sobras.
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