Áurea Custódio |
O Decreto n. 2.314/97, que
regulamenta a padronização e classificação da cachaça e outras bebidas,
favorece essas indústrias fabricantes de aguardentes, chamadas por elas de
cachaça. Permite, por exemplo, graduação alcoólica de até 54%! Cachaça
verdadeira não passa de 44% de graduação alcoólica. Permite, ainda, acrescentar
açúcar em até seis gramas por litro. Açúcar já é a matéria prima da cachaça,
apurada na medição do brix, e acrescentar mais açúcar falsifica ou estraga a
cachaça verdadeira. E temos também o crime desses fabricantes adicionar
produtos químicos na produção da cachaça, o que é proibido, mas não cumprido.
Enfim, entristece ver os gringos
bebendo essas drogas nos bares dos hotéis, a eles vendidas como se fosse
cachaça. E se você pedir uma cachaça verdadeira nesses hotéis de luxo, eles não
têm. Oferecem essas porcarias. Deixam os caras com uma tremenda ressaca e
falando mal da nossa bebida.
Cachaça verdadeira utiliza
somente a alambicada do corpo. A primeira alambicada (chamada de cabeça) e a
última (chamada de membros) não são aproveitadas para fazer a bebida. Usam para
fabricar álcool ou outra coisa qualquer, mas não entram na composição da
cachaça. A graduação e padronização do sabor vem com a adição de água, somente
água.
As verdadeiras cachaças são
artesanais e, mesmo assim, aquelas cujos fabricantes são realmente rigorosos e
cuidadosos na elaboração do produto. Em minha opinião, estão entre as melhores
cachaças do Brasil, não necessariamente na ordem apresentada:
Envelhecida 3 anos em tonéis de carvalho. Teor alcoólico de 40%.
2 – Casa Bucco Ouro, de
Bento Gonçalves, RS.
Envelhecida 3 anos em tonéis de carvalho e bálsamo. Teor alcoólico de
40%.
3 – Dona Beja, de Araxá,
MG.
Temos a Dona Beja Extra Premium, envelhecida em 8 anos em barril de
carvalho. Teor alcoólico de 40%
E temos também a Dona Beja Classic, envelhecida em 3 anos em barril de
carvalho. Teor alcoólico de 40%.
4 – Sanga Funda, de Içara,
SC.
Envelhecida de 2 a 5 anos em tonéis de amburana (ou umburana),
carvalho e bálsamo, teor de 38%.
5 – Spézia Ouro, de Luis
Alves, SC.
Não sei o tempo de envelhecimento, que é feito em barril de carvalho.
Teor alcoólico de 38%.
6 – Taruana, de São João do
Nepomuceno, MG.
Envelhecida 2 anos em tonéis de castanheira, teor alcoólico de 40%.
7 – Weber Haus, de Ivoti,
RS.
Temos a Weber Haus envelhecida 2 anos em amburana e teor alcoólico de
38%. E temos a extraordinária Weber Haus Extra Premium, envelhecida 12 anos em
carvalho e bálsamo. Graduação alcoólica de 38%.
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