Em junho de 2014 o preço de
mercado do barril de petróleo era de U$115. Diante de preço tão elevado, países
como o Canadá e os Estados Unidos investiram na exploração do óleo contido nas
reservas de xisto, cujo custo médio de U$85 compensava o investimento. Com
isso, os Estados Unidos, entre outros, reduziram substancialmente suas
importações de petróleo, o que provocou um sinal de alerta nos países
produtores, principalmente os árabes. Afinal, uma queda de compra do maior
consumidor de petróleo do planeta representa uma perda imensa aos seus
fornecedores.
Adotou-se, então, a estratégia de
reduzir preço e de junho de 2014 a janeiro de 2015 o preço do barril caiu a
valores abaixo de U$50. A nova realidade fez com que algumas empresas poderosas
que exploravam reservas de xisto paralisassem a exploração: mais lucrativo
comprar o petróleo do que extraí-lo. E o mesmo se dá com as reservas do
pré-sal, cujo custo de exploração no Brasil gira em torno de U$80, com gente
falando de até U$100.
Quando? |
Outro aspecto relevante é que grandes
instituições financeiras estão reduzindo drasticamente o volume de seus
investimentos no setor de combustível fóssil. Em suas análises de risco projetam
este setor ao nível de perigoso ou ‘não recomendável’ a longo prazo, e cabe
lembrar que esses investimentos são sempre de longo prazo. Em 2014, um valor
superior a U$50 bilhões, destinado à exploração e refino de petróleo, foi
deslocado para outros setores. Aliás, este é mais um problema da Petrobrás: as
generosas ofertas de financiamento de investidores estão escasseando, a dizer
que os limites de crédito já atingiram o patamar de risco aceitável, ou, então,
é preciso reduzir o limite para mantê-lo seguro. Não é difícil concluir que o
pré-sal está seriamente ameaçado de estagnar por falta de recursos e de
interesse econômico, a não ser que a obstinação beócia de certas lideranças
políticas continue a exigir o “tudo ou nada”.
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