domingo, 7 de agosto de 2016

A Olimpíada Infantil

Gostei da ideia do Veríssimo, publicada no Globo, de serem criados os Jogos Olímpicos Infantis para a meninada de até dez anos da idade. Vou, porém, aprimorar as sugestões do Veríssimo porque, coitado, já deve estar gagá, como eu.

Teríamos as seguintes competições esportivas:

1º - Pelada de rua. As balizas do gol seriam marcadas com pedras grandes no meio da rua. Os atletas jogariam descalços e não teria juiz. A única infração seria botar a mão de propósito na bola. Apanhado nessa infração, o jogador seria expulso sob as vaias de todos e deixaria a rua humilhado indo chorar nas saias da mãe. Quando um pedestre resolvesse atravessar o local do jogo, alguém gritaria “Parábola!” (Parábola é corruptela de “Para a bola”). Todos os jogadores estancariam e ficariam paralisados em suas posições até o pedestre deixar o ‘campo’. A bola seria qualquer coisa que se chama de bola, serviria até bolinha de ping-pong.  

2º - Bola de gude. Seriam duas modalidades: Búlica e Triângulo. No jogo de búlica, seriam feitos três buraquinhos no chão (de terra, evidente) e os jogadores tentavam bater na bola do adversário para que esta caísse na búlica da vez. No Triângulo, quem conseguisse colocar suas bolas dentro do Triângulo vencia o jogo. Regra única: não vale cuspir na bola de gude.

3º - Mulher do padre. Uma espécie de corrida, mas não importava quem chegasse em primeiro lugar. O importante era não chegar no último lugar. Este era A Mulher do Padre e seria excluído do jogo. Ao final, quem sobrasse era o vencedor.

4º - Escambida. Formado por dois grupos (o número de participantes não importa, mas os dois grupos têm que ter números iguais). Um grupo contava até cem, enquanto o outro se escondia. Se o grupo escondido fosse apanhado dentro do prazo de uma hora, o outro venceria. Regras: havia um limite de área para esconder-se e não valia ficar escondido dentro de casa.

5º - Círculo. Dois times (o número de jogadores dependeria de quem estivesse a fim de jogar). Eram feitos dois círculos na rua (de giz quando asfaltada), dentro dos quais eram armadas duas estruturas frágeis de gravetos. Um jogador lançava a bola na tentativa de derrubar a estrutura, e o adversário tentava rebater a bola com um pedaço de pau (até cabo de vassoura serve). Quem derrubasse a estrutura do adversário vencia o jogo, ou marcava ponto.

6º - Jogo de botão. Podia ser jogado em ‘mesa oficial’ ou no piso de uma varanda. A bola era de bombril ou de rolha, tanto faz. Quem fizesse mais gols venceria, é lógico.

7º - Ioiô. Quem conseguisse ficar mais tempo com o ioiô girando na cordinha era o vencedor. Ganhava pontos quem conseguisse fazer o ioiô andar no chão ou piruetas no ar.

Bem, têm outros jogos, mas o Comitê Olímpico teria de selecioná-los.

Aliás, estou aqui pensando que isso não daria certo. A criançada de hoje não tem a mínima ideia do que estou falando. Os seus esportes (se podemos chamar assim) já são outros.  

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