- Alô! É o Governador?
- Sim, é ele, quem está falando?
- Aqui é a Presidenta!
- Excelência! Quanta honra! Como vai a senhora?
- Vai-se indo, vai-se indo...
- A que devo o seu telefonema?
- Eu queria dizer, Governador, que estou com agenda livre no próximo
mês e gostaria de fazer uma visita ao seu Estado.
- Mês que vem? Puxa, Excelência, mês que vem é época da chuva, chove
muito aqui, a senhora sabe...
- Não tem importância! A gente usa capa e guarda-chuva. O senhor não
tem alguma inauguração a fazer no mês que vem?
- Não... Está tudo meio parado...
- Um minha casa minha vida, por exemplo...
- Tinha um, mas as casas desabaram, com as chuvas, a senhora sabe...
- Nem um lançamento novo? Plantar uma árvore, instalar um outdoor?
- Tem um que já instalamos o outdoor, mas o povo arrancou...
- Não tem outra inauguração qualquer? Um hospital, uma escola...
- Não tem não, está tudo meio parado...
- Outra coisa qualquer, um açude, caçambas de água, carro pipa,
ambulância...
- Tem um prefeito que me pediu verba para comprar um jegue novo para
carregar água...
- O que aconteceu com o jegue velho?
- Morreu de fome! O capim está caro...
- Governador! Eu preciso de um evento aí no seu Estado! Pense alguma
coisa!
- Estou pensando, Presidenta... Ah, me lembro! Vai ter um forró na
cidade de Baixinho. É muito badalado!
- Forró? Qual é o nome do evento?
- É Rock in Small Person. Bem
sofisticado, não é mesmo?
- Não sei se vai ajudar... Vai ter claque?
- Claque?
- É, este pessoal que bate palmas e grita quando a gente mandar.
- Ah, Presidenta... Aplausos hoje em dia estão custando os olhos da cara. Vamos precisar de verba pra pagar essa gente...
- O senhor não tem?
- Tenho nada. A senhora não tem?
- Tenho nada, o Levy não deixa. Eu ia até pedir um favor ao senhor...
- Pode pedir, excelência.
- O senhor tem um dinheirinho pra ajudar no combustível do avião?
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