sexta-feira, 20 de março de 2015

Vamos falar sério!

Vamos falar sério! Ministro entrar no Congresso e achincalhar os congressistas, isso não é sério! Mereçam ou não os achincalhes, um visitante tem sempre que respeitar os princípios éticos da casa que o recebe como convidado. A segurança deveria ter sido chamada e o Ministro expulso do recinto.

Vamos falar sério! Fazer passeata contra o governo é ato lícito e faz parte da democracia. Mas, ofender a figura da Presidente é uma grosseria que atinge a todos nós. Afinal, o Presidente da República é o representante maior do país e ofendê-lo (no caso, ofendê-la) é uma agressão contra todos nós, brasileiros. Não devemos confundir atos falhos do governo com a pessoa que representa a nação. Queiram ou não, a Presidente foi eleita democraticamente, não interessa que os eleitores estejam arrependidos ou frustrados.

Vamos falar sério! O impeachment é um ato derradeiro, avassalador. Ele faz cair por terra o que foi construído pelo povo através do voto. Deste modo, o impeachment só pode ocorrer mediante provas materiais irrefutáveis e inquestionáveis contra a Presidência. Clamar pela derrubada do governo sem essas provas é atentar por um golpe de Estado.

Vamos falar sério! Aproveitar a passeata e conclamar o retorno do regime militar é ação criminosa, inconstitucional e aberrante. Quem portava cartazes desse tipo talvez não sabia que estava incitando o povo a praticar um ato criminoso.

Vamos falar sério! Uma meia dúzia de gatos pingados, arregimentados ninguém sabe como, paralisa uma rodovia, bota fogo em pneus, e prejudica milhares de pessoas que tentavam chegar aos seus trabalhos. E, pasmem! A Polícia tenta “negociar” com a turminha para que ela, por favor, se retire e faça a gentileza de permitir o livre trânsito da população. Não era uma comunidade agrupada, era um grupelho de vândalos que nem sabia por que estava ali. Aí, sim, a Polícia teria de agir com força, como faz com aqueles ativistas depredadores.

Vamos falar sério! A atividade de lobista é permitida. Abrir portas e aproximar pessoas é atividade do lobista. Nada contra. Mas, receber quase trinta milhões de reais para exercer essa atividade é quantia meio exagerada, não é mesmo? Vamos supor que o lobista seja contratado para “abrir portas” em Cuba e tenha que ficar uma semana na Ilha. Mesmo ao exagero (voo de primeira classe e hotel cinco estrelas), calculemos em cem mil reais de despesas. E mais cem mil reais (puxa!) de honorários. Total de duzentos mil reais. Para receber trinta milhões seriam necessárias cento e cinquenta viagens desse tipo, ou quase três anos de viagens permanentes e consecutivas. E se as despesas de transporte e hospedagem forem pagas por fora, seriam trezentas viagens semanais! Quase seis anos de viagens ininterruptas!

Vamos falar sério! Prisão cautelar não pode ser instrumento de barganha para convencer o réu a delatar os crimes cometidos. A prisão cautelar é medida excepcional para impedir: a continuação da prática do crime; que o réu atrapalhe o andamento do processo com ameaças às testemunhas ou destruindo provas; e impossibilitar a fuga do réu. Não pode, assim, ser usada como escambo, como meio de troca da delação. A delação é colaboração efetiva e voluntária do réu e nada tem a ver com a prisão preventiva ou cautelar. Fala sério!

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