Vamos falar sério! Ministro
entrar no Congresso e achincalhar os congressistas, isso não é sério! Mereçam
ou não os achincalhes, um visitante tem sempre que respeitar os princípios
éticos da casa que o recebe como convidado. A segurança deveria ter sido chamada
e o Ministro expulso do recinto.
Vamos falar sério! Fazer passeata
contra o governo é ato lícito e faz parte da democracia. Mas, ofender a figura
da Presidente é uma grosseria que atinge a todos nós. Afinal, o Presidente da
República é o representante maior do país e ofendê-lo (no caso, ofendê-la) é
uma agressão contra todos nós, brasileiros. Não devemos confundir atos falhos
do governo com a pessoa que representa a nação. Queiram ou não, a Presidente
foi eleita democraticamente, não interessa que os eleitores estejam
arrependidos ou frustrados.
Vamos falar sério! O impeachment
é um ato derradeiro, avassalador. Ele faz cair por terra o que foi construído
pelo povo através do voto. Deste modo, o impeachment só pode ocorrer mediante
provas materiais irrefutáveis e inquestionáveis contra a Presidência. Clamar
pela derrubada do governo sem essas provas é atentar por um golpe de Estado.
Vamos falar sério! Aproveitar a
passeata e conclamar o retorno do regime militar é ação criminosa,
inconstitucional e aberrante. Quem portava cartazes desse tipo talvez não
sabia que estava incitando o povo a praticar um ato criminoso.
Vamos falar sério! Uma meia dúzia
de gatos pingados, arregimentados ninguém sabe como, paralisa uma rodovia, bota
fogo em pneus, e prejudica milhares de pessoas que tentavam chegar aos seus
trabalhos. E, pasmem! A Polícia tenta “negociar” com a turminha para que ela,
por favor, se retire e faça a gentileza de permitir o livre trânsito da
população. Não era uma comunidade agrupada, era um grupelho de vândalos que nem
sabia por que estava ali. Aí, sim, a Polícia teria de agir com força, como faz
com aqueles ativistas depredadores.
Vamos falar sério! A atividade de
lobista é permitida. Abrir portas e aproximar pessoas é atividade do lobista.
Nada contra. Mas, receber quase trinta milhões de reais para exercer essa
atividade é quantia meio exagerada, não é mesmo? Vamos supor que o lobista seja
contratado para “abrir portas” em Cuba e tenha que ficar uma semana na Ilha.
Mesmo ao exagero (voo de primeira classe e hotel cinco estrelas), calculemos em
cem mil reais de despesas. E mais cem mil reais (puxa!) de honorários. Total de
duzentos mil reais. Para receber trinta milhões seriam necessárias cento e cinquenta
viagens desse tipo, ou quase três anos de viagens permanentes e consecutivas. E
se as despesas de transporte e hospedagem forem pagas por fora, seriam
trezentas viagens semanais! Quase seis anos de viagens ininterruptas!
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