quinta-feira, 17 de abril de 2014

Médicos x Petróleo: Nota Econômica

Segundo informações, Cuba tem uma população de 11.160 mil habitantes (menos que a grande São Paulo) e 78 mil médicos, isto é, um médico para cada 143 habitantes. No Brasil, a relação média é de um médico para cada grupo de 622 habitantes. A Organização Mundial de Saúde recomenda, pelo menos, um médico para cada 1.000 habitantes.
Portanto, está sobrando médico em Cuba, podendo este país manter mais de 30 mil médicos no exterior. Essa “exportação” de médicos tem como prioridade um serviço essencialmente humanista, como é o caso de médicos cubanos no Haiti, no Timor Leste e em alguns países da África. A lembrar que os médicos de Cuba estudam seis anos para completar o curso e praticamente todos eles têm especialização em medicina familiar. E quem paga o ensino é o governo cubano, pois a educação é gratuita naquele país.
Nada mais justo, acho eu, que os países com possibilidades financeiras arquem com as despesas decorrentes da vinda desses médicos. Uma espécie de ressarcimento das despesas do governo cubano na formação dos profissionais.
Venezuela é o maior ‘importador’ de médicos cubanos, tendo, atualmente, um contingente de 11 mil profissionais cubanos. Acontece que o país caribenho está pobre e precisa de petróleo. E a Venezuela esbanja petróleo.
Então, quanto valeria um médico em troca de petróleo? O barril do petróleo bruto vale atualmente no mercado mundial a importância de US$104.00, aproximadamente, ou, para facilitar a conta, R$242,00 mais ou menos.
Acredito que um valor razoável de exportação de um médico deve estar na base mensal de R$15.000,00 (falar em real fica mais fácil). Ou seja, cada médico valeria uns 62 barris de petróleo. Em termos anuais, cada médico representaria 744 barris de petróleo. Segundo estimativa antiga, o consumo de petróleo em Cuba era de 204.000 barris por dia. Mas, lá foi feito um enorme trabalho de redução do consumo (dando preferência ao transporte público, carro de boi em vez de trator, asa delta em vez de avião e outras iniciativas desesperadas), o que proporcionou uma queda do consumo para 176.000 barris, e continua caindo.
Bem, de qualquer modo, só para suprir de petróleo o governo cubano teria de exportar 2.838 médicos, para cobrir o consumo diário de petróleo. Impossível! Realmente não é um bom negócio. As autoridades locais precisam estudar uma melhor alternativa. Quem sabe, exportar engenheiros, arquitetos, químicos, biólogos, farmacêuticos. Menos advogados, por falta de demanda, ou por falta de trabalho como ocorre na Venezuela. Quem sabe, exportar políticos...


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