domingo, 2 de fevereiro de 2014

Juiz proíbe rolezinhos em shoppings

Da série: A Entrevista que não houve

Jornalista – Qual foi o motivo de o senhor proibir rolezinho nos shoppings?
Juiz – Pelo simples motivo de que a concentração de um grande número de pessoas nos estabelecimentos coloca em risco a segurança.
Jornalista – Mas os shoppings não foram idealizados para concentrar um grande número de pessoas no estabelecimento?
Juiz – Sim, mas reunião de pessoas esparsas e não um grupo previamente combinado e planejado.
Jornalista – Então, um grupo de senhoras que vai ao shopping numa vã contratada será também proibido?
Juiz – Não! Uma vã não comporta um grande número de pessoas.
Jornalista – Deste modo, as vãs estão liberadas?
Juiz – Claro! As vãs estão liberadas.
Jornalista – E se o grupo for ao shopping num ônibus lotado, mais ou menos 50 pessoas?
Juiz – Neste caso, há um indício de rolezinho...
Jornalista – E se for um ônibus de turistas?
Juiz – Bem, neste caso não há falar em rolezinho.
Jornalista – Quer dizer que vai depender do tipo de pessoas que foram transportadas pelo ônibus?
Juiz – Ora, turista não vai ao shopping para fazer bagunça!
Jornalista – E se for um grupo de jovens que resolveu fretar um ônibus?
Juiz – Bem... A segurança do shopping deverá investigar o nível dos jovens...
Jornalista – Nível? Nível educacional? Nível comportamental? Que nível?
Juiz – Ora, meu caro, há jovens educados, comportados... A minha filha, por exemplo, é uma jovem comportada...
Jornalista – Então, a sua filha poderia fazer parte de um rolezinho?
Juiz – Não seja atrevido! A minha filha não participa desses rolezinhos!
Jornalista – Mas, Senhor Juiz, o que vem a ser rolezinho?
Juiz – Rolezinho é um bando de vagabundos que resolve fazer bagunça num estabelecimento!
Jornalista – Bem, sendo assim, não tem nada a ver com concentração de pessoas num shopping. Tudo vai depender do comportamento?
Juiz – É claro! Essa gentalha que vai assustar as pessoas bem comportadas que vão ao shopping só para fazer compras.
Jornalista – Mas essa gentalha não pode fazer compras?
Juiz – Se essa gentalha fosse com o propósito de fazer compra, não haveria qualquer problema.
Jornalista – E como vamos saber se todas as pessoas que frequentam um shopping estão lá para fazer compras?
Juiz – Ora, eu sei que muita gente vai ao shopping só para passear, ver a moda, como dizem.
Jornalista – E essas pessoas seriam proibidas?
Juiz – Chega! O senhor está tentando me confundir!
Jornalista – Mas o senhor ainda não respondeu sobre a diferença de gentalha e gente. O senhor podia esclarecer se a diferença é que gentalha faz rolezinho e gente faz passeio?
Juiz – Basta! A entrevista está encerrada!

Um comentário: