Em artigo publicado hoje (20 de
março) no jornal O Globo, o Deputado Federal Luis Carlos Hauly (PSDB-PR)
apresentou, em síntese, a proposta de reforma tributária que pretende defender
no Congresso Nacional.
O projeto institui o Imposto de
Valor Agregado – IVA, e extingue os tributos: ICMS, IPI, ISS, PIS, COFINS, IOF,
CID, CSLL e Salário Educação. Cria o chamado Imposto Seletivo, de competência
da União, a incidir sobre energia elétrica, combustíveis líquidos e derivados,
comunicação, minerais, cigarros, bebidas, veículos, pneus e autopeças. Os
impostos patrimoniais (IPTU, ITBI, ICMD e ITR) serão de competência municipal.
Disse o Deputado que a receita do
IVA, IR e Imposto Seletivo serão partilhadas, mantida, nos primeiros cinco
anos, a mesma participação atualmente existente da União, Estados, DF e
Municípios.
E o Deputado faz alusão ao
surgimento de uma “Super Receita” estadual, para tributar e fiscalizar a
cobrança do novo IVA.
Pois muito bem. A nossa dúvida
refere-se ao destino dos quadros de Fiscalização Tributária Municipal. Com o
fim do ISS, quais serão as atribuições dos nossos Fiscais e Auditores
Tributários? Ao mencionar a tal “Super Receita Estadual” a ideia seria reunir a
Fiscalização Estadual e Municipal? Mas, como seria feita a distribuição de
serviços se o IVA será um único imposto? E ainda mais por ser um tributo ‘agregado’,
a entender que o fato imponível do IVA será a receita menos os custos que a
integram?
E diz ainda o Deputado que a
proposta prevê a utilização “de novas tecnologias para universalizar o uso da
nota fiscal eletrônica e a introdução de uma plataforma de cobrança no ato da
compra/transação eletronicamente”. Tal comentário dá uma ideia de que será
implantada uma única nota fiscal eletrônica (pelo menos para cada Estado),
extinguindo a nota fiscal municipal?
Importante esclarecer que não
estamos discordando de nada. A nossa preocupação é com o futuro dos quadros
fiscais municipais. Esses quadros terão de ser aproveitados e nem pensar que
ficarão restritos a “fiscalizar” tributos de lançamento de ofício. Recomendamos
rígido acompanhamento dessa história, pois, como dizia Ibrahim Sued, “cavalo
não desce escada”.
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