Saiu hoje no jornal a estatística de homicídios nos Estados brasileiros, fazendo uma comparação dos números dos anos 2000 e 2010. A estatística registra o número de homicídios por 100 mil habitantes, com resultados realmente interessantes para aqueles que estudam a ciência da criminologia, matéria que deveria ser promovida em profissão regulamentada de nível superior e com direito a mestrados e doutorados afins, definindo-se um salário de pujança e retumbante notoriedade, até mesmo instituir o Conselho Regional de Criminologia, haja vista a importância do crime na vida social, política e econômica do País.
A estatística aponta o Estado de Alagoas como campeão em crimes de morte, com a taxa de 66,8 mortos para cada lote de 100 mil habitantes, a entender, portanto, que 66 pessoas morreram e tem uma quase morta, tendo 80% do corpo já defuntado e ainda 20% em estado vivente, ou seja, um morto-vivo desses filmes de terror-comédia que abundam a TV a cabo. Acredito que o governo alagoano vai festejar a conquista do campeonato com trio elétrico e grandes nomes do meio artístico. Todavia, soa estranho o fato de Alagoas ser campeão da mortandade, Estado que visito frequentemente e nunca fui assassinado quando lá estive, nem integral nem parcialmente, e com todas as andanças na orla de Maceió, a devorar caranguejos e tapiocas e não morrer envenenado. Acho que o governo das alagoas andou molhando a mão do estatístico.
Surpreendente a posição do Espírito Santo em segundo lugar, vice-campeão em homicídios com 50,1 de assassinatos, um Estado tão quietinho que até mijar na rua era considerado ato de falta de educação e agora explode nas estatísticas do crime, uma conquista a ser enaltecida pelos políticos locais nos discursos eleitorais e nos panfletos publicitários. Com um pouco mais de esforço dos criminosos e divulgação institucional, tipo “Visite Vitória e Morra!”, o Estado poderá galgar o primeiro lugar e ser campeão brasileiro.
Rio de Janeiro e São Paulo decepcionaram, uma lástima. O Rio, que ocupava a segunda posição em 2000 caiu fragorosamente para 17º lugar em 2010. E São Paulo, do quarto lugar para o 25º, entrando na zona do rebaixamento. O último lugar pertence ao Estado de Santa Catarina, com 12,9 homicídios para cada 100 mil habitantes, mas os catarinenses estão em firme recuperação, graças às providências governamentais e aos incentivos oferecidos aos criminosos já aprisionados. Tanto São Paulo quanto o Rio de Janeiro alegam que a queda proporcional de assassinatos foi provocada pelo grande e rápido aumento da população, porém, medidas emergenciais estão sendo tomadas no sentido de acelerar os homicídios naqueles Estados, numa tentativa de pelo menos equalizar o número de crimes com o aumento populacional.
Vamos torcer, vamos cobrar.