sexta-feira, 12 de abril de 2013

A entrevista que não houve


Jornalista – Deputado Feliz, por que, afinal, o senhor insiste em ser Presidente da Comissão de Direitos Humanos?

Deputado – Ora, meu filho, a arte da política é ocupar espaço! Enquanto eu estiver na função nenhum deputado amiguinho de pederastas e sapatões poderá ocupá-lo!

Jornalista – Quer dizer que o senhor não tem uma missão a cumprir; apenas ocupar espaço?

Deputado – De certa forma é isso! Mas, eu tenho uma missão!

Jornalista – Qual é?

Deputado – De atrapalhar e impedir as missões desses outros, um bando de anormais! Sai fora satanás!!

Jornalista – Então, o senhor considera anormal uma pessoa homossexual?

Deputado – É claro! Tudo que não é normal é anormal! E a gente tem que aturar esses anormais, homem dando beijo na boca de outro, em plena rua, que nojo!

Jornalista – Mas se eles trocassem carinhos no interior de suas casas, o senhor aceitaria?

Deputado – Eles que façam suas sem-vergonhices escondidos! Não quero que as minhas filhas presenciem essas cenas nojentas!

Jornalista – Mas o senhor não acha que as pessoas já nascem com diferenças genéticas?

Deputado – Essas deformações não são de origem genética! Isso é coisa de satanás! O arrenegado está sempre pronto a nos fazer mal!

Jornalista – E isso que o senhor chama de anormalidade tem cura?

Deputado – Claro que tem!! Eu sou um exemplo: O beiçudo já tentou comigo, mas fiz as minhas orações e me livrei do mal!

Jornalista – O senhor, então, já teve tendências de homossexualismo?

Deputado – Há muito tempo, meu filho, há muito tempo... As orações e a automutilação me salvaram.

Jornalista – O senhor se automutilou?

Deputado – Não!! Eu fiquei nas orações e mandei o outro se automutilar. Ele tem até hoje as marcas nas costas, foi horrível. Eu só passei pomadinha.

Jornalista – E ele ainda é seu amigo?

Deputado – Eu o vejo de vez em quando... Ele agora está com outro, desfilando todo contente... Aquele ingrato... Sai fora satanás!!

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