A formiga

Eu estava lendo o jornal na varanda, quando uma formiga, caminhando na mesa, me disse: “com licença, senhor, mas tenho que passar por cima do seu jornal; espero não atrapalhar a sua leitura”.

Fiquei admirado com o comportamento elegante e educado da formiga. Respondi: “Pode passar. formiga, e confesso que estou admirado com a sua educação. Geralmente, os seres da sua raça não falam, não pedem licença e invadem o que bem entendem”.

Ela respondeu: “Obrigado, senhor, mas não pense que todas as formigas são seres inferiores; essa forma de pensar é preconceituosa e racista. Eu, por exemplo, sou poliglota, formada em Direito e doutora em Docência Superior. Além disso, venho ensinando o nosso dialeto às outras da minha raça”.

Quando a formiga já estava no meio do jornal, dei-lhe uma chinelada e a esmaguei. Ora, muito atrevida aquela formiga prepotente e metida a besta.