Desde o meu tempo de bancário
aprendi que a taxa de juros cobrada dos clientes é decorrente de dois fatores:
o custo do dinheiro e o risco de crédito. Pois bem, a taxa de juros de pessoas
físicas atingiu o patamar de 57,7% ao ano neste último mês de fevereiro.
Enquanto isso, o custo do dinheiro, ou seja, a taxa de captação dos Bancos caiu
a 8,1% ao ano. O que aumentou, então, foi o spread (diferença entre o custo de
captação e a taxa de juros aplicada). Isto é, o que aumentou foi o lucro bruto do
Banco.
Pode-se pensar que o aumento foi em razão do risco de crédito. Ledo
engano, porque o empréstimo consignado, considerado sem risco, avançou para
41,3%, a maior taxa desde setembro do ano passado.
Enquanto isso, a Selic registra
taxa histórica mínima: 6,5% ao ano. Como se sabe, a Selic é utilizada no
mercado interbancário para financiamento de operações de duração diária,
lastreada em títulos públicos federais.
Como dizia o Senhor Shakespeare,
há algo de podre no reino da Dinamarca. Ou como sintetizou o juiz Moro no caso
Sergio Cabral: Ganância desenfreada!
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