O Zé pergunta:
- Seu Zé, tu qué transformá teu
açougue na maió empresa de carne do mundo?
Seu Zé desconfiado:
- Num sei... u qui tenho qui
fazê?
Zé responde:
- Só precisa aumentá o capitá e
aceitá um novo sócio.
Seu Zé continua desconfiado:
- I quem vai sê esse outro sócio?
- Ora, o Governo, é craro!
- E o Governo entra com quanto?
- Com bilhões de dinheiro vivo!
- Mas aí vou perdê a maioria!
- Perde não! Nóis valoriza a sua
parte. O que vale 1 real vai valer 1 milhão de real!.
- Assim ninguém perde, não é?
- Uai, sô! Tem quem perde! Já viu
negócio que ninguém perde? No causo, o povo perde, nóis ganha!
Seu Zé, ardiloso, volta ao
assunto:
- Oh Zé, se mal pregunte, me
explica quem é esse tal de governo?
- Vamos dizer assim: a República
é a deusa que não aparece; o Governo é a Igreja dessa Deusa; o Governo é chefiado por um
montão de gente! Tem papa, tem cardeal, tem bispo, tem padre, tem pastor, tem apoiador,
tem colaborador, tem divogado, tem sacoleiro, tem despachante... Um trem de
gente que trabalha no Governo ou a favor dele!
- Quer dizê: a gente reza pra
República, ajoelhado na frente do Governo e paga dízimo aos seus
representantes, é isso?
- Isso mesmo seu Zé! Mais a gente pode rezar na frente do Governo ou dentro dele, si o senhô me entende...
Seu Zé esfrega as mãos como
estivesse se consolando:
- Ora, povo que se foda, não é
mesmo?
- Que se foda povo e divogado!
- Mais nós vai precisá de
divogado pra escrevê esse trem todo!
- Nóis compra divogado! Tem um
montão de divogado à venda!
- Então compra uma divogada
gostosa!
- Por causo de quê?
- Uai, sô! Pruquê eu gosto!
- Pode deixá! Óia! O seu gravadô
está cendendo uma luzinha vermêia!
- Mais que trem danado! Esqueci
de trocá a bateria!
- Então, troca a bateria e vamu
conversá tudo de novo.
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